Guardando minhas lembranças,
bem dentro do coração;
vou seguindo nas festanças,
bem longe do meu rincão.
Ah, saudade do meu campo,
onde tudo era gigante.
Cabelos soltos sem grampo
E o olhar todo importante.
Comia fruta fresquinha.
Tinha banho de riacho.
Perto não tinha vizinha,
para encher boca do tacho.
A cachoeira ali perto,
não parava de cantar.
A passarada por certo,
sempre vinha acompanhar.
Era dia, dia e noite;
junto com amigo vento
que trazia seu açoite,
ora rápido ora lento.
E a vida assim seguia.
Do brejo vinha a verdura,
Do rio vinha uma enguia.
Era alimentação pura.
O monjolo trabalhava
a preparar fresco grão.
O calabouço banhava
crianças e plantação.
A garapa tão fresquinha,
como era o dia a romper...
A natureza todinha
Falava em alvorecer.
Roda d'água que rodava
os encantos e os sonhos;
o são josé que banhava
doce perfume risonho.
O dia a ir sossegado.
A tarde que vem docinha
com a tacha de melado.
- Ahh, saudade terra minha!