Dorida, o corpo arrasta em contrapeso.
São anos e anos de luta e só descrédito.
Olhando, enfastiada, o corpo obeso,
Que valor desse reles manuscrito?
Nenhum! Foram leituras tão choradas,
Respondia a si mesma, com muxoxo,
Olhando umas presenças, tão minadas
- E porque fui buscar! Diz - olhar frouxo.
Reconhecia que não tinha talento.
Sabia regras por tanto estudar,
Mas, seus versos, tais, qual próprio vento.
Rodopiam sem lado de chegar,
De tão insossos, não vêem despertar,
O brilho reluzente d`um olhar.
by LunaDIP
17OUT2011