CAPÍTULO XXVIII
Duas categorias há bem distintas de Espíritos perversos: a dos que são francamente maus e a dos hipócritas. Infinitamente mais fácil é reconduzir ao bem os primeiros do que os segundos. Aqueles, as mais das vezes, são naturezas brutas e grosseiras, como se nota entre os homens; praticam o mal mais por instinto do que por cálculo e não procuram passar por melhores do que são. Há neles, entretanto, um gérmen latente que é preciso fazer desabrochar, o que se consegue quase sempre por meio da perseverança, da firmeza aliada à benevolência, dos conselhos, do raciocínio e da prece. Através da mediunidade, a dificuldade que eles encontram para escrever o nome de Deus é sinal de um temor instintivo, de uma voz íntima da consciência que lhes diz serem indignos de fazê-lo. Nesse ponto estão a pique de converter-se e tudo se pode esperar deles: basta se lhes encontre o ponto vulnerável do coração.
Os Espíritos hipócritas quase sempre são muito inteligentes, mas nenhuma fibra sensível possuem no coração; nada os toca; simulam todos os bons sentimentos para captar a confiança, e felizes se sentem quando encontram tolos que os aceitam como santos Espíritos, pois que possível se lhes torna governá-los à vontade. O nome de Deus, longe de lhes inspirar o menor temor, serve-lhes de máscara para encobrirem suas torpezas. No mundo invisível, como no mundo visível, os hipócritas são os seres mais perigosos, porque atuam na sombra, sem que ninguém disso desconfie; têm apenas as aparências da fé, mas fé sincera, jamais.
Do Evangelho Segundo o Espiristimo.
31JAN2012
EU SEI DISSO
Cruzei com pessoas tão hipócritas, que além de prejudicar as pessoas, batiam na sua porta e as cumprimentavam, para que ninguém desconfiasse. Alguns amigos falavam das situações pelas quais outros amigos passavam e os hipócritas tinham o desplante de participar da conversa, marcar sua presença, bem na cara da pessoa perseguida, apenas, para mostrar à vítima de suas maldades, que tinham o poder de ir e vir.
Na sua falsidade, mentem, inventam, falsificam, simulam situações, fazem montagens, pra que tudo pareça verdade perante os inocentes ou ignorantes (pessoas de boa fé, que não percebem a maldade embutida em certas pessoas que os rodeiam). Os hipócritas, se passam por 'gente boa', suas falcatruas, aprontam às escondidas de terceiros. Só entre eles e suas vítimas. Mas dão fim a si mesmos, porque, sempre acham um ou dois que não os temem e botam a boca no trombone. Assim, chega um momento que eles sentem que estão desmoralizados e que as pessoas já não acreditam, mais, nas suas caras e bocas. Acabam por si mesmos. Se retiram, daquele meio, discretamente, geralmente, com uma grande mentira e os demais fingem que acreditam, porque pra eles sua presença ou ausência já não importa mais. É o fim. Outros, pela própria hipocrisia, vivem no faz de conta e aproveitam que muitas pessoas ou a sua maioria, prefere ignorar a entrar em embate ou ainda, pra essa, tanto faz. Se os hipócritas batem à sua porta, atendem, educadamente, para se verem livre o mais rápido possível. Assim é a vida no mundo visível. (Luna)