Ah, humano... Como é pretensioso,
Fala por cotovelos e, demais.
Além da ignorância é ansioso
Não há correlação e ademais
Mergulhado em viver pernicioso
Ao real não há crédito jamais
O que pensa saber nessa ilusão
Não lhe ergue nem um palmo do chão
Tece elogios próprios ao hipócrita
A mostrar falso bom comportamento
Ah, a cara que pensa e certa escrita.
Se soubesse seria seu tormento
A criatura na oculta grita
E dos grandes desgostos é fermento
E faz tudo escondido desse mundo
Somente sabe a vítima a fundo
Não, humano, você não sabe nada.
Diz coisa que se mostra claramente
Não sabe, não... Não sabe camarada
Você aponta gente que mais mente
Não creia em aparência, é finada.
Por detrás a louca frequentemente
Chamava a tal boiada indo atrás, sempre.
Tocava seu berrante com o ventre
Humano veja bem preste atenção
Tão enganado não sabe o que diz
Dispense a emoção use a razão
Observe... Não se iluda nem por triz
Eleva com engano um ser vilão
É de todos nos a força motriz
Concentre nessa vida, nas ações.
Além do que parece e d'elisões
(oitavas clássicas)
09MAR2012