Já me canso dessa coisa
Já não tenho paciência
Vou guardar os meus escritos
Não aguento essa tendência
Nesse mundo é tudo igual
Eu procuro é sapiência
E aprendi muita coisa
Só tenho mesmo crescido
Tem muita gente que é boa
Que só tem contribuído
Mas sinto a hora e a vez
Agradeço o acrescido
Vou vivendo assim, assim
Pois não é definitivo
Minha fome de saber
Precisa de lenitivo
Isso aqui é um mundão
Tem de tudo em atrativo
Mas tem mesmice também
E é isso que me cansa
Eu não esgotei a fonte
Pois que sempre tudo avança
Mas o homem é o mesmo
Só mantém a esperança
Quero voltar às origens
Da poesia eu quero.
Do escritor de verdade
E sem ser poeta mero
Tudo tá banalizado
E chegando à nota zero
Eu quero é o diferente
Poeta tinha o respeito
Escritor tinha valor
Estudava e tinha feito
Era filho da elite
Mas era simples de jeito
Carregava a humildade
E também sabedoria
Gostava de aprender
No centro ou periferia
O estudo era mais curto
Em toda biografia
Hoje o estudo encompridou
Tem muito mais para ler
Melhorou de informação
Mas nada tem de haver
Poucos na verdade sabem,
Mesmo, ler e escrever
São tantas as arrogâncias
E dá vontade de rir
De ver tanta presunção
E ainda se assumir
Assinar-se gente tola
Que nessa vida a dormir
De plebeus de Andaraí
Que falam a dizer nada
A plebeus de Irajá
Que tem tudo de fachada
O cansaço me consome.
Chega! Quero temporada
Eu não vou sair ou sumir
Pois, aqui tenho as amarras
Meus grupos, blogs, meu MINDIM
E amigos que as barras
Ajudaram segurar
Cantando como cigarras
Não nego meu dissabor
Referente à poesia
Mas, por quem diz que a compõe.
Bem se vê e avalia
São titãs de barro podre
E filhos da ironia