Já não se trata de falta disso ou daquilo; é a falta de tudo
ao mesmo tempo.
É a falta de educação berçária e bancária; é a falta de
trabalho e salário dignos; é a falta de atendimento humano e satisfatório na
saúde; é a falta de empresas, comércios e indústrias humanizadas; é a falta de
uma política de alto nível; é a falta de uma visão sadia e humanitária; é a
falta do amor no coração dos homens.
Corações vazios não têm sentimentos, são como o aço bruto:
frio e disforme.
A humanidade perde seu rumo, as ferramentas enferrujadas são
desprezadas, pois não existe disposição para que sejam limpas, recuperadas ou
recicladas. Tentam novas ferramentas, criadas com a intenção de substituir,
porém não são universais e por isso não funcionam.
O homem não quer preservar, quer sim, mudar sem notar que
está a destruir em prol de novo construir, mas, esquece a base e então vem o
ruir.
Sem base nada se sustenta a não ser por tempo curto e
dificilmente alguém se lembra disso no ato do fazer.
Tudo desmorona, hoje, essa é a realidade. E não há
inteligência suficiente para recuperar, até porque o suporte já não existe. A
condição atual está entremeada por ramificações miúdas de difícil extirpar.
Mas, nada é impossível se há querer pode acontecer.
Pode acontecer em paralelos a renovação e o seguir, evitando
completa destruição. É abrir o círculo da renovação, enquanto se trabalha o
círculo do descambo, até seu final.
O doce renascer está aí, é só permitir que se comece a
caminhada por outro caminho.